Na região Centro-Oeste, alerta máximo por causa das queimadas. Em Mato Grosso, o fogo segue a trilha de destruição na Chapada dos Guimarães.
A fumaça cobre as cidades de Mato Groso. No centro de Cuiabá, os termômetros registram 42ºC. Para suportar o calor e o tempo seco, só bebendo muito líquido.
“O clima está muito quente, muito abafado. Se não tiver tomando um suco ou um refrigerante gelado, a gente não consegue”, admite a vendedora Marilsa Vitorino.
“Sentimos o mal-estar, a garganta seca, o corpo indisposto”, afirma o professor Jumar das Neves.
A população sofre enquanto bombeiros e voluntários trabalham para conter os incêndios florestais no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. O fogo está fora de controle e já destruiu mais de quatro mil hectares de cerrado. Os morros e o vento prejudicam o combate.
“O trabalho mais difícil é o deslocamento, cansativo, em torno de três horas, três horas e meia. Chegou no local, o combate é mais fácil”, explica o major do Corpo de Bombeiros, Sandro Rogério.
Nas áreas rurais, as chamas ameaçam as casas. O risco à saúde da população e dos turistas levou o município a pedir socorro. “O decreto da situação de emergência, diante do risco não só de acidente, moradia, vizinho de áreas florestais, e ao risco de vida, possíveis acidentes nas margens das estradas”, declarou Osmar Froner, presidente do Conselho da Defesa Civil da Chapada.
A situação é grave no norte e noroeste do estado. O fogo ameaça tanto as lavouras quanto as áreas urbanas. A exploração da madeira e a agricultura colocam os municípios dessas regiões como recordista em focos de incêndio.
“Queimou tudo, está pegando fogo em tudo”, diz uma moradora.
A Defesa Civil monitora as queimadas por imagens de satélite. Nas últimas 24 horas, foram registrados focos de calor em 40% dos municípios de Mato Grosso.
Os pontos vermelhos indicam os locais das queimadas. As informações são repassadas para a equipe de fiscalização que vai a campo.
“A origem se dá através de queima de resto de explorações florestais para abertura de novas áreas agrícolas e pecuária”, afirma Joelson Campos, chefe de fiscalização.
“O foco da queimada é demais, mas eu creio que o pai lá de cima vai mandar chuva para nós”, torce a secretária Ilma Rodrigues.